FC Porto não ganha sem o "Comandante"

Números e palavras favoráveis a Lucho

Não faltam números e abundam palavras para atestar uma evidência: Lucho é essencial para o FC Porto e não seriam precisos 79 minutos de orfandade com o Belenenses para se entender na perfeição que continua a não existir um substituto para o médio argentino. A suspeita nascera no início da época desportiva, quando o FC Porto perdeu a Supertaça Cândido de Oliveira para o Sporting sem ter no onze o jogador de campo mais utilizado durante o bicampeonato: 60 jogos, 49 dos quais disputados do primeiro ao último minuto. Na altura, foi Raul Meireles a subir uns metros no terreno, mas sem o desempenho pretendido. O empate cedido em casa, correspondendo à perda dos primeiros pontos da época, iluminam a discussão em volta da importância de Lucho neste FC Porto de transições rápidas e posse bola. Não há dúvidas, é essencial, tão importante que dias antes, sem saber que a realidade o iria confirmar pouco depois, Pinto da Costa explicou a série de oito vitórias e uma carreira invicta na Liga dos Campeões com a opção, tomada na pré-época, de manter Quaresma e Lucho González.



Tal como Co Adriaanse em 2005/06, seguindo à risca a prática da temporada passada, Jesualdo Ferreira não abdica de Lucho: oito jogos a titular, qualquer coisa como 664 minutos em campo, o que demonstra igualmente algum cuidado na utilização do argentino, alvo na época passada de um uso exaustivo expresso em apenas sete jogos não concluídos. Este ano, apenas cumprira os 90 minutos em cinco jornadas da Bwin Liga, para além das três jornadas da Liga dos Campeões. "É, na minha opinião, o melhor oito do Mundo", disse Jorge Jesus nos comentários ao empate do Belenenses no Estádio do Dragão. Lucho esteve apenas 11 minutos em campo, ressentindo-se de uma lesão que dera os primeiros sinais de existência ainda no aquecimento. "A saída de Lucho perturbou a estrutura da equipa", afirmou Jesualdo, que considerou o capitão uma "peça fundamental". Não era precisas palavras, bastavam números: as duas derrotas do FC Porto aconteceram sem que Lucho estivesse em campo.

Sem o comandante a equipa perdeu sempre


O jogo com o Belenenses confirmou uma evidência: sem Lucho o FC Porto anda à deriva e isso reflecte-se nos resultados. Anteontem o argentino saiu lesionado e o empate acabou por ser um mal menor em comparação com os outros dois casos em que não jogou. Logo no primeiro jogo da temporada, na disputa da Supertaça Cândido de Oliveira, Lucho não actuou e o Sporting ficou com o troféu, vencendo por 1-0. Raul Meireles tentou desempenhar as funções do argentino sem os resultados esperados. O outro caso foi no jogo com o Fátima, para a Taça da Liga. Jesualdo Ferreira fez uma autêntica revolução no onze, fazendo descansar os habituais titulares e compondo um meio-campo com Bolatti, Leandro Lima e Kazmierczak. A prática atraiçoou a ideia da rotatividade, observando-se uma equipa sem rumo. Neste caso foi Leandro Lima quem jogou descaído sobre a direita. O FC Porto não conseguiu marcar qualquer golo e acabou por perder nos penáltis.

MUDANÇAS TÁCTICAS
1ª Tentativa
Troca indirecta


Confirmada a indisponibilidade de Lucho, Leandro Lima saltou do banco para a equipa, mas começou por se encostar à esquerda. Lisandro e Postiga continuaram juntos, no meio, com o argentino a ganhar liberdade de movimentos, passando Quaresma para a direita. Resultado: o meio-campo ficou reduzido a Paulo Assunção e Raul Meireles, o que comprometeu seriamente a capacidade de fazer frente ao atrevimento do Belenenses, que foi crescendo à custa desta opção. Os quatro da frente não tinham quem os alimentasse .

2ª Tentativa
Inverte-se o triângulo


O crescimento do Belenenses, depois da reorganização táctica, obrigou Jesualdo a mudar. Leandro deixou o lado esquerdo para Lisandro e deslizou para o meio, como vértice de um triângulo que tinha Paulo Assunção e Raul Meireles, lado a lado, na parte defensiva. Quaresma manteve-se à direita, ainda que, depois, tenha trocado com Lisandro. Esta opção, mais clássica, também se mostrou pouco eficaz, mas, aqui, parte da explicação resulta da incapacidade de Leandro Lima para assumir o jogo e criar desequilíbrios, tal como Quaresma.

3ª Tentativa
Improvisa-se um dez


Sem desistir inteiramente da configuração, Jesualdo sentiu, sobretudo depois do empate, necessidade de trocar uma das peças do desenho. Com Leandro abaixo do esperado, o treinador socorreu-se da experiência e da habilidade de Tarik, mas numa zona pouco habitual: o marroquino posicionou-se como um típico número 10, deslizando daí para as alas sempre que necessário. O FC Porto subiu de rendimento, mas não o suficiente para materializar em golos o domínio exercido nessa parte final do jogo. A perda de pontos consumou-se mesmo.


in ojogo.pt

ja deu pa perceber k o porto sem o Lucho nao da nada...

nao e bem assim...diz antes o porto nao joga nada!!!!