Benfica-Shakhtar

Benfica-Shakhtar: 0-1


O Benfica foi esta quarta-feira batido pelo Shakhtar Donetsk por 1-0
e ficou com o futuro bem mais complicado no Grupo D da Liga dos
Campeões, que é agora comandado pela equipa ucraniana. O
Shakhtar foi melhor a defender e conseguiu marcar um golo com uma
ofensiva que podia até ter marcado mais vezes. O Benfica também teve
várias ocasiões para fazer o golo, mas o seu ataque acabou por ser
infrutífero por completo (sem qualquer golo, leia-se) para compensar
uma «equipa a defender» que foi muito permeável. O Benfica
demorou mais tempo do que o Shakhtar a assentar no jogo ¿ não mais a
entrar (isso, entraram as duas equipas a um ritmo impressionante), mas
a conseguir pôr os ucranianos em sentido com o futebol jogado. O
Shakhtar conseguiu abrir muitas brechas na zona defensiva do Benfica
com os três médios ofensivos e os dois avançados a saberem fugir muito
bem à marcação dos jogadores mais recuados da equipa da Luz. Com
os defesas laterais do Benfica a terem de seguir de perto os dois
brasileiros que faziam as alas (Ilsinho e Fernandinho), os dois
avançados da equipa ucraniana (Lucarelli, sobretudo, e Brandão) fugiam
muito bem até à linha de fundo sem marcação dos centrais ou dos dois
médios defensivos. Muitos cruzamentos surgiram para a área
encarnada então, aí sim, com os defesas do Benfica a poderem demonstrar
serviço limpando os «quase» lances de finalização. Mas quando não foram
os avançados a ganhar espaços passaram a ser os defesas laterais a
subir até à linha de fundo, pois a marcação defensiva de Cristián
Rodíguez e Di Maria deixaram sempre bastante a desejar. Os
ucranianos, pelo contrário, tiveram sempre os sectores bem colados e
fechados a defender e o Benfica procurou vezes de mais as tabelas no
centro para poder entrar pelo meio. Remates a toda a linha da grande
área surgiram, uns mais perto, outros mais longe. Quando o
Benfica tentou jogar até à linha de fundo conseguiu, aí sim, deixar
mais atarefada a defensiva dos ucranianos. Cardozo ganhou várias bolas
de cabeça e, com mais pontaria, até podia ter marcado. Mas foi mesma
dos tiros de longe. E, como o mais inspirado de todos os
(quatro) alas (ofensivos e defensivos) foi Nelson, que saiu lesionado,
as poucas vezes que o Benfica conseguiu solicitar os avançados na área
com foram desaparecendo. A saída de Nelson levou à entrada de
mais um avançado, mas isso, até trouxe mais problemas aos encarnados.
Maxi Pereira teve um jogo para esquecer e demorou a recuar começando-se
a abrir por ali um corredor enorme. Os desacertos defensivos
dos encarnados começaram a ser tais que Camacho teve de tirar um dos
vários que pouco ou nada fizeram (no caso Di María) e meter Bynia para
dar mais consistência no seu meio-campo defensivo onde o Benfica estava
completamente desgarrado à mercê de três e quatro jogadores do Shakhtar
que iam até á área que nem flechas. O minuto 67 foi de total
pânico para o Benfica, com o Shakhtar a poder visar a baliza de um
desamparado Quim que só via jogadores adversários a aparecerem à sua
frente em posição de remate. O Shakhtar teve tudo para matar o
jogo. Não o conseguiu, O Benfica podia ter marcado pouco depois, mas
Cardozo, mais uma vez, cabeceou ao lado. Mas os encarnados arranjaram
um último fôlego com uma jogada à linha para estar na área em situação
de finalização. Era esta a receita. Já se tina percebido. Mas
Mircea Lucescu também. E apesar da última pressão benfiquista (cada vez
com menos discernimento em favor da pressa), foi tapando os buracos com
as substituições cada vez mais recuadas e empurrando o Benfica de novo
para o meio. Os cantos voltaram a colocar o golo no caminho do
Benfica, mas os remates deficientes esbararram até à linha de golo de
uma equipa ucraniana que já queimava mais tempo do que (já não
atacava). E com um remate à trave como máximo contra o golo de Jadson,
o Benfica saiu de cabeça baixa e sob os protestos dos adeptos na luz,
que já não foram muitos.

in maisfutebol